A cafeína é para todos os efeitos uma droga extremamente difundida por todo o mundo, já que usualmente é ingerida em bebidas como café, chá, chocolate e refrigerantes e em diversas comidas.
A cafeína atua de forma sistémica e mais acentuadamente sobre o sistema nervoso central.
Com doses baixas (2-10 mg/kg) manifestam-se sintomas de diminuição de sonolência, atenção hiperdesperta, estimulação respiratória, atenuação da fadiga, diminuição do tempo de reação, etc.. A ingestão de doses superiores a 15 mg/kg provoca excitação nervosa exacerbada, dificuldade de repousar, insónias e tremores.
Os possíveis mecanismos pelos quais a cafeína pode incrementar a performance são os seguintes:
- Efeito estimulador a nível do sistema nervoso central;
- Incremento da libertação de catecolaminas (neurotransmissores);
- Acentuação da mobilização dos ácidos gordos livres a partir do adipócito, tornando-os mais rapidamente disponíveis para a oxidação tendo como correspondência a poupança do glicogénio muscular;
- Acentuação da utilização dos triglicerídeos intramusculares poupando de igual forma o glicogénio muscular;
- Inibição indireta da glicogenólise a nível muscular.
A nível muscular, a cafeína acentua o fluxo metabólico através da libertação de catecolaminas, o que vai estimular quer a glicogenólise quer a lipólise.
Independentemente da forma como é consumida, a cafeína é rapidamente absorvida no intestino (pico plasmático de 15 a 120 minutos) e distribuída velozmente por todos os tecidos corporais. Apresenta-se no organismo aproximadamente 2.5 a 4.5 horas, e somente uma pequena percentagem (0.5 - 4%) é eliminada na urina, já que é quase toda degradada no fígado.
O uso desmedido de cafeína pode ter consequências graves e doses exageradas acima de 200 mg/kg podem mesmo ser letais.
Os efeitos serão tanto mais marcantes quanto menos habituado estiver o sujeito.
Eis em síntese os efeitos negativos da cafeína:
- Nervosismo;
- Irritabilidade;
- Insónia;
- Taquicardia sinusoidal;
- Hipertensão;
- Dor gastrointestinal.
- Úlcera péptica;
- Delírio;
- Ataques;
- Coma;
- Arritmia ventricular;
- Arritmia supraventricular;
- Morte.
Crónicos:
- Aumento do colesterol sérico (presente na corrente sanguínea);
- Doença isquémica cardíaca;
- Teratogenicidade;
- Carcinogénese.
Os mecanismos pelos quais a cafeína melhora o rendimento desportivo podem ser explicados pelo facto de estimular a libertação e a atividade da adrenalina, efeitos ao nível do músculo cardíaco, alterações na contratilidade muscular e alterações no sistema nervoso central, levando a menor perceção do esforço ou da fadiga. Pensa-se que este último fator seja o mais importante e consistente para explicar a melhoria do rendimento desportivo.
As doses habitualmente usadas em desporto variam entre os 3 a 6 mg/kg de peso corporal, tipicamente tomadas 1 hora antes do exercício.
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