terça-feira, 15 de setembro de 2015

Particularidades na nutrição do jovem atleta

Os fatores nutricionais podem influenciar o crescimento e a maturidade das crianças, principalmente em situações de grandes deficiências na ingestão calórica total e proteica. Os adolescentes sofrendo de malnutrição são mais baixos, menos pesados, têm menos massa muscular e apresentam um surto de crescimento pubertário mais tardio e de menor amplitude, em relação aos adolescentes que não sofrem de malnutrição.

As crianças malnutridas, mesmo em níveis ligeiros a moderados, têm diminuição do rendimento físico. Esse facto parece dever-se essencialmente ao baixo peso e estatura, pois as diferenças entre o rendimento físico de crianças ligeira ou moderadamente malnutridas e de crianças bem nutridas desaparece quando o rendimento é corrigido para o peso ou para a estatura. O menor peso das crianças malnutridas está associado essencialmente à diminuição da massa muscular, que é um fator determinante no nível de rendimento físico.
As crianças, e muito particularmente os adolescentes, têm necessidades nutricionais específicas em relação não só à ingestão calórica diária total e ao conteúdo em proteínas, mas também ao conteúdo em vitaminas e minerais.
As necessidades calóricas totais vão aumentando ao longo da adolescência, mas as necessidades calóricas por kg de peso vão diminuindo durante o mesmo período. O nível de atividade física é um dos múltiplos fatores que influencia positivamente as necessidades calóricas diárias.

O surto de crescimento pubertário leva a grandes alterações somáticas e da composição corporal, principalmente ao incremento da estatura e do peso. O aumento do peso faz-se essencialmente à custa da massa magra, cujo maior constituinte é a massa muscular. Estas alterações repercutem-se nas necessidades nutricionais diárias do adolescente, tanto em termos de calorias como de proteínas a ingerir. O incremento da estatura reflete o crescimento e a maturidade do esqueleto, que é o principal reservatório mineral corporal. O cálcio é o principal mineral existente no osso, pelo que existe grande incremento das necessidades nutricionais diárias de cálcio durante a adolescência e principalmente durante o surto de crescimento pubertário.

As necessidades nutricionais diárias na adolescência estão mais intimamente relacionadas com a maturidade biológica do que com a idade cronológica.
Há grande variabilidade das necessidades nutricionais diárias na infância e na adolescência, mesmo para indivíduos com a mesma idade, sexo, peso, massa magra e nível de atividade física. Esta variabilidade pode eventualmente ser determinada geneticamente.

Embora se saiba que deficiências acentuadas do aporte calórico total, do consumo de proteínas e de determinadas vitaminas (A e D), minerais (cálcio, fósforo, magnésio) e oligoelementos (zinco, cobre) possam ocasionar distúrbios do crescimento e da maturidade biológica, há alguma incerteza em relação às necessidades mínimas desses nutrientes para evitar os referidos distúrbios. 

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